terça-feira, 16 de abril de 2013

Ser Poeta, Música de João Gil

O poema de Florbela Espanca, "Ser Poeta", foi musicado pelo português João Gil. O vídeo a seguir trás a música, arranjada por Eurico Carrapatoso.
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente

Um comentário:

  1. Céus que lindo! Adorei. Um dos mais incríveis poemas que já li sobre o "ser poeta", pois é real, é verdade, é belo, tem sonoridade, lirismo e é palpável *-* Coisas assim me dão vontade de deleitar-me a escrever poemas, e ainda que os meus não sejam tão bons quanto muitos, eu os faço, os respiro, sou os poemas. De poemas eu sou feita, de poemas eu construo meu mundo, pois a vida não tem graça se não houver poesia nela. Bobo quem pensa e diz que poemas nada são que rimas, poemas são plumas caídas das asas dos anjos. Florbela, bem vinda ao meu mundo. Vamos, conhecer-nos melhor querida e ser amigas, poetizar a sede de infinito "e dizê-lo cantando a toda a gente".

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