segunda-feira, 13 de maio de 2013

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

ESPANCA, Florbela. Sonetos. 14. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

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